quinta-feira, 18 de junho de 2015

Deus, Seus Profetas e Seu Povo

Imagem da Internet
“Sempre que o povo de Deus deu ouvido aos profetas, o povo venceu, mas sempre que virou as costas, padeceu”.
Estudando para uma prova me deparei com esse tema, Deus tocou profundamente meu coração e hoje quero compartilhar com vocês minhas anotações sobre o assunto, desejo que Deus os toque, amados leitores, no mínimo como foi comigo.
Moisés foi o maior profeta comissionado por Deus e estudando a interação entre Deus, Moisés e o povo, podemos compreender como deve ser o cumprimento dessa comissão.
Analisando Ex. 4:22 (Deus →Faraó) e Ex. 11:4 (Deus →Israel) percebemos que há uma dupla função do profeta; externa – Deus para Faraó – e interna – Deus para Israel – em outras palavras, a função profética abrange tanto o povo de Deus quanto os não conversos. Essa função se divide basicamente em duas partes: Mensageiro de Deus e Mediador da Aliança entre Deus e o homem.
Nos tempos bíblicos o mensageiro era um representante do rei que enviava a mensagem do rei para outros, logo, rejeitar a mensagem ou o mensageiro era como se estivesse rejeitando o próprio rei. Exemplo disso encontramos em II Sam. 10, quando Davi envia servos (mensageiros) com mensagens de conforto para os filhos de Amon por causa da morte do pai. Entretanto, os servos foram rejeitados e humilhados. Davi toma as dores dos mensageiros, cuida deles e mais tarde a guerra acontece.
O profeta tem também, grande responsabilidade como mediador da aliança. Em Dt. 19:9-22 vemos como deveria ser essa mediação. Do verso 9 ao 14 vemos Deus reprovando os adivinhos e feiticeiros. O profeta do Senhor não é um adivinho com poderes transcendentais, que são consultados para encontrar respostas egoístas, não são baseados na experiência da adivinhação. O profeta do Senhor é totalmente dependente de Deus para receber a mensagem, mensagem essa que vem como e quando Deus quer e que nem sempre é algo que o profeta gosta e deseja pregar, na esmagadora maioria das vezes o profeta, a princípio, não aceita ou reluta para aceitar o chamado recebido.
Nos versos 15-18, vemos que o profeta enviado por Deus seria como Moisés, então, ele é apresentado aqui como o modelo de profeta. Vemos também que o profeta é um mediador entre Deus e o destinatário da mensagem. Interessante notar que Deus envia a Moisés (trouxe a Lei de Deus) e Elias (trouxe o juízo de Deus – Ml. 3:1 e 4) no monte da transfiguração para confortar Jesus (Mateus 17 e Lucas 9) e Jesus prega justamente a Lei que liberta (prática do amor) e o Juízo de Deus.
Os termos e acordos para com os profetas são apresentados nos versos 19 e 20, enquanto nos versos 21 e 22 temos um alerta para a prevenção contra os falsos profetas (o profeta deve falar segundo a Lei – Dt. 13).
Fica, então, evidente que há um paradigma do profeta. Antes o próprio Deus falava com o Seu povo, agora o processo é através do profeta:

O profeta trabalha com o mensageiro (para o povo e para o mundo) e trabalha como mediador entre Deus e o povo (Deus diante do povo e o povo diante de Deus).
Em Ex. 4:16 vemos que o profeta é a boca de Deus. Arão → Boca de Moisés/ Moisés → Deus para Arão (7:1). Logo, Arão (profeta) é a boca de Deus.
Deus é quem envia o profeta e dá a mensagem, por isso, o profeta é dependente de Deus e enviado por Ele. Às vezes essa mensagem é contra o gosto e a vontade do profeta e ele precisa sair da zona de conforto para realizar a obra para a qual foi chamado (comissionado).
Enquanto o profeta não transmite a mensagem de Deus ele se torna responsável pela mensagem e pelas pessoas que a deveriam ouvir, por outro lado, quando ele fala, o povo/ pessoa que a recebe se torna o responsável pela mensagem, a deve viver (praticar) e pregar a todos. Essa prática deve acontecer, mesmo porque, quando um profeta (boca de Deus) fala é como se o próprio Deus estivesse falando, não dar ouvidos ao profeta é a mesma coisa que não dar ouvidos a voz de Deus. Se o povo obedecer receberá as bênçãos do tratado, se não obedecer, as maldições.
Depois do chamado, o profeta deve se dedicar fortemente a sua tarefa. Como disse meu professor “o centro da vida do profeta é sua missão.”.
O que faz de um profeta, profeta, é a mensagem que ele prega, caso ele não viva essa mensagem ela se torna falha. Logo, o profeta além de boca de Deus se tona a encarnação da mensagem, ele deve a viver e praticar.
Jesus Cristo é a palavra de Deus encarnada, e hoje Ele nos concede mais uma forma de sermos a Sua imagem e semelhança, buscando praticar, viver, encarnar a palavra de Deus mesmo sendo imperfeitos. Devemos, então, lutar até o fim por esse alvo.
Fica claro que o dom de profecia é completamente transcendente, dependente da vontade de Deus (não do homem), enquanto a profecia é o desejo de Deus Se revelar ao Seu povo, e Seu povo (você e eu) viva e pregue essa mensagem a todo mundo.
Mateus 24:14 diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.” Tenho certeza que você deseja logo que o fim venha, assim esse mundo mal toda a sua maldade estará se encerrando, e viveremos num lugar de amor, paz, harmonia e pura felicidade. Mas não podemos transferir a responsabilidade de viver e pregar para todos essa (Bíblia) mensagem de Deus, revelada a nós através de Seus profetas.

Que Deus te abençoe e te guarde, e nunca se esqueça:

“Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus." Deuteronômio 8:3; Mateus 4:4.